29 junho 2006
Angústias do Coração

4 comments:
- Unknown disse...
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Hoje as coisas parecem um pouco melhor. Sorriu mais, ouviu o cd que eu havia lhe dado, e me parece estar propensa a encarar um relacionamento, ainda que aberto.
- A que horas você chega em casa?
- às 22:30, às vezes 22h,raramente às 21:30... Tá querendo sair comigo?
- Nossa, como você é direto... Que tal hoje?
- Feito. Para onde nós vamos?
A conversa tomou um rumo de "aguarde e confie" (salve Renato Aragão), e espero que até o fim desta noite, algo de bom aconteça...
Uma amiga minha me disse (depois que eu lhe pedi que olhasse o texto que escrevi) que eu deveria tratá-la mais como amiga, nessas horas em que não se sentisse bem do coração, do que como mulher... Que eu não deveria pedir permissão, mas usasse tratados tácitos de corpo e gestos... Isso me pareceu óbvio a princípio, mas sinto que é mais que isso, é indispensável, necessário, imprescindível...
Espero que eu tenha sorte, e que realmente seja isso que eu desejo e sinto... -
sexta-feira, junho 30, 2006 7:51:00 AM
- Unknown disse...
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Cheguei ao local combinado, e ali fiquei esperando por quase meia hora, até que ela chegasse. Eu havia chegado cedo demais (como sempre costumo fazer), e estava pensando em coisas boas e más a respeito de relacionamento. Queria ter a certeza de que estava com a mente limpa para ouvir com naturalidade tudo o que ela queria me dizer.
Ela chegou, e fomos ao ponto de ônibus, para irmos (?) para casa. Abracei-a, novamente, e fiz vezes de amigo confidente. Ela, depois de desabafar um bocado sobre a sua vida amorosa e profissional, sentiu-se um pouco melhor. Senti-me aliviado, não porque ela havia parado de falar sobre seus problemas, mas dela ter se sentido melhor contando tudo aquilo para mim. Consegui roubar-lhe um beijo, de supetão, como crianças pequenas fazem nas festas de colégio. Apenas sorriu, olhando para mim, e disse “seu doido...”. Beijei-lhe a face diversas vezes, outras a boca, de raspão. Falamos sobre os filhos dela, de qual poderia ser o motivo de eu ser assim tão fechado, do medo que as pessoas sentem de se apaixonar, e de diversas outras coisas, como se ela estivesse preparando o terreno... Até que o nosso ônibus chegou.
De novo, como sempre, sentamos lado a lado. Ela parecia muito mais a vontade que das outras vezes. Assim que entramos no ônibus, comemos biscoito. Engraçado, ela me dava cada um na boca, e eu os colocava inteiros na boca, mastigando duas vezes e engolindo-os, esperando pelo próximo... Até que ela sentiu a hora de falar o que realmente queria. Disse que já havia se entregado aos seus sentimentos algumas vezes, mas aquele não era o momento. Ela queria se sentir livre, emocionalmente, financeiramente, e em todos os outros possíveis sentidos, para pensar em se relacionar com homens para algo mais que alguns simples beijos. Depois de ter ouvido todo o seu desabafo, pude entender, e sem dizer nada, concordei com o que ela sentia...
Era difícil, para mim, arrumar argumentos para tudo o que eu acabara de ouvir. Sair de um relacionamento difícil como era (e ainda é) o dela, para se aventurar com alguém que, de maneira alguma, poderia dar alguma “segurança” a ela. Quando falo em segurança, falo daquele sentimento de proteção que as mulheres gostam de sentir ao lado de um homem. Já ouvi muitas mulheres falarem sobre seus relacionamentos, já levei diversos “foras” antes de entender o que isso significa. Enfrentar o preconceito, as más línguas, para viver algo que fosse possivelmente breve... Não que me faltasse coragem para isso, mas somos duas pessoas que possuem medo de se machucar e de machucar...
Senti que isso era um fora, senão um “quem sabe mais tarde”... Conversamos sobre diversas outras coisas, como se ela quisesse saber um pouco mais sobre como e o que eu pensava a respeito das coisas. Senti-me entrevistado, mais gostei. Uma amiga dela se aproximou, e tive que acalmar a mão boba, discreta, mas ainda assim boba. A cada vez que olhava em meus olhos, mostrava um sorriso como eu nunca havia visto: acolhedor, consolador, lindo. Sentia-me péssimo por sair daquilo sem um beijo seguro, verdadeiro, mais ainda assim, gostei do que havia acontecido conosco.
Descemos do ônibus já perto de casa, e ainda conversando sobre mais e mais coisas, até que eu digo: “Só fico triste por ter que dormir hoje, depois da meia noite, sozinho, e sem gosto de beijo na boca”. Depois de mais algumas palavras, disse:
- Ta me dando uma vontade de ir até a sua casa... Não quero ir para a minha...
- Se não fosse (...) era só bater naquela janela ali e pronto...
Terminei a conversa, despedindo-me com um:
- Não fala isso que eu sou bem capaz de aprontar uma dessas... -
sábado, julho 01, 2006 12:40:00 AM
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Anônimo disse...
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Ô meu amigo! Conquistar e ser conquistado pode ser um exercício de paciência e tanto. Mas de vcs ainda nao acabou, viu.
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sábado, julho 01, 2006 2:10:00 AM
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Aline Archangelo disse...
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Vc escreve bem!! Não tenho mto tempo de parar para ler algumas coisas na internet diferentes do meu tema de pesquisa, mas seu texto tava tão bem escrito q tive q le-lo até o final...
Sinto-me até na obrigação de voltar outra vezes, inclusive pra descobrir o "desfecho" dessa história.
Parabéns! -
sexta-feira, junho 04, 2010 3:50:00 PM
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