Eu tô meio precisado de um tempo... Não vejo mais as coisas com via há 5 anos atrás, onde tudo era tão mais fácil de se tolerar... Não dá pra aceitar calmamente palavras que saem de uma fonte da qual a primeira coisa que se toma referência são os meus defeitos. Acredito que ninguém é encorajado a melhorar dessa maneira... Trabalhar sob pressão é uma coisa. Viver desse modo...
Eu necessito de um tempo. Não dá mais pra sofrer com os traumas de infância de outrém, com as más referências masculinas, a acidêz, a altivêz, o destempero... Sentia-me acuado, agora não mais. Sentia-me emudecido, por inquisição, agora o faço por opção. Como gentleman que sou, prefiro não entreabrir meus negros lábios pra proferir palavras rudes sem causa, como se isso aliviasse ainda que torpemente a angústia que me cerca o peito...
Eu estou desesperado por um tempo. Eu preciso respirar, gritar aos quatro ventos que eu sou gente, eu sou humano! Eu não preciso explicar que eu não necessito pisar nas fraquezas alheias pra me sentir superior... Eu não tenho que provar que eu tenho vontade de crescer como homem maduro que sou... Muito menos ensinar que inteligência nunca irá ganhar da sabedoria...
Eu preciso de um tempo. Tempo pra ser emprestado ao próprio tempo. Tempo pra mim, indeterminado, e infindável, até que eu decida o contrário. Tempo pra coisas banais, tempo pra sonhar, pra pensar, tempo pra pura e simplesmente nada. Tempo afinal é tempo...