31 janeiro 2010

[O Menino Amarelo] - Pânico de Garagem

Era uma vez, um menino amarelo. E o menino amarelo finalmente havia tirado a sua habilitação. Agora, de carta de habilitação na mão, o pai do menino amarelo se sentia mais seguro para lhe dar a chave do carro, mas claro, sempre com a sua presença no banco do carona. E assim ia a família toda, com o menino amarelo no volante, primeiro para o supermercado, depois para a casa da matriarca da família, depois para alguns passeios, e sempre no final da volta para casa, o pesadelo.




Tudo bem que o pai do menino amarelo não dirige um Ford Fusion, mas imagine: uma garagem tão apertad quanto, com o agravante de uma pequena subida, que deve ser vencida de marcha ré.

"O carro não é meu, e eu to com esse medo todo de arranhar a lateral, ou quebrar um retrovisor, imagina quando eu comprar o meu e tiver que colocar aqui nessa garagem?", pensava o menino amarelo em todas as vezes em que chegava em casa, atrás do volante. E pra piorar: o menino amarelo se lembra da vez em que a sua vizinha da frente prensou o braço da filha na parede, dirigindo o carro da família, ao colocar o carro na garagem. Ao menos essa foi a resenha que ele tinha ouvido, e não fez a mínima questão de perguntar se era verdade.



Garagem Apertada
O pai do menino amarelo não dirige um Ford Fusion,
mas não é tão sem noção assim
pra por um adesivo desses no carro, né não?

E então, o menino amarelo avançava um pouco o carro, para fazer a manobra. "Seja o que Deus quiser". E lá atrás do carro, na entrada da garagem, o pai dele. E vruuuuuuuum, e vruuuuuuuuuum... Parecia que o menino amarelo ia fazer uma corrida de arrancada de marcha ré.

E as pernas suavam, e as mãos tremiam, e volta e meia o carro morria. E põe só a "bunda" do carro na porta da garagem, e avança um pouco o carro pra desfazer o volante e conseguir por o resto do carro dentro da garagem. Sabem aqueles filmes em que alguém está preso dentro daquelas prensas de lixo? E as paredes começam a apertar, a apertar... Era mais ou menos essa a sensação do menino amarelo dentro do carro.

Lembra da pequena inclinação na porta da garagem? Pois é. E acelera de ré, devagar pra nao amassar a lataria, e força embreagem daqui, e força embreagem dali... E quando o menino amarelo finalmente põe o carro dentro da garagem, sempre sente aquele cheirinho de queimado vindo de dentro do capô do carro. Será que o carro também suou???

É, menino amarelo, eu acho que você não está sozinho neste mundo...



Veja também:
O Globo - Trauma de Garagem

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24 janeiro 2010

Rei do Tetris - Fake???


Eu nem sei, no final mostra que ele faz tetris invisivel, mas não acerta todas as peças.




Fonte: http://www.myesn.com.br/forum/topics/801/o-rei-do-tetris

Dica do bom e velho Fausto (Ph1010ust0)

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23 janeiro 2010

Java Utilities - Metadados de Banco de Dados via JDBC

Eu acho que se não fosse por isso e isso, eu já teria descoberto essa faceta do java há mais tempo :)

Pois bem, às vezes surgem necessidades incomuns em nosso ambiente de trabalho, como, por exemplo, comparar bases de dados. Sim, isso mesmo. Supondo que ambas as bases foram criadas com o mesmo padrão de nomenclatura, isso até que pode ser útil às vezes: saber quais tabelas foram mortas e quais foram inseridas, saber quais campos existem em determinadas tabelas de uma base e não existem na mesma tabela em outra base, etc.

Eu, a principio, iria fazer uma query sql para trazer os metadados que eu precisava (já que a base em que eu estava eram um postgresql), mas quando finalmente me liberaram o acesso à net para pesquisa, eu descobri mais uma vez que o GUJ rula!

Existe uma classe do Java 6 chamada DatabaseMetadata, muito útil nesses casos. Com ela, é possível listar todos os catálogos, schema's, tabelas e colunas de todas as tabelas de uma base de dados de forma extremamente simples.

Por isso, achei que valia a pena escrever um post só pra guardar essa nota ;)

P.S.: To falando que a net é útil para os profissionais de TI...
P.P.S: To falando que um cara motivado produz bem mais e bem mais rápido...

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Internet Bloqueada - Produtividade versus Motivação

Pelo menos 4 empresas que eu conheço aqui em Salvador/BA estão bloqueando o acesso dos seus desenvolvedores à internet. Desconheço se o acesso é bloqueado em sua totalidade (como foi o meu caso), se é liberado no horário de almoço ou se é bloqueado parcialmente (um filtro ainda mais restritivo que aquilo que se considera como "senso comum", como sites de pornografia, jogos, etc). Pelo que se pode ver, parece que esta é uma tendência (certamente equivocada, no meu ponto de vista) dos coordenadores e gerentes de TI visando maior "produtividade".


Entretanto, eu questiono um pouco esse conceito de "produtividade".

A produção é definida como os bens produzidos (quantidade de produtos produzidos). Os factores de produção são definidos como sejam pessoas, máquinas, materiais e outros. Quanto maior for a relação entre a quantidade produzida por factores utilizados maior é a produtividade [Wikipedia, 2009. Produtividade]

Esse conceito, no meu entender, só se aplica às tarefas ditas manuais, como as linhas de montagem. Em se tratando de produção de software (algo totalmente subjetivo, como todos nós da área de TI somos capazes de entender), dá-se a entender trabalho que faz uso das faculdades intelectuais do indivíduo, e este, por conseguinte, necessita estar totalmente motivado e disposto a tal. Por motivação, eu entendo condições favoráveis ao bem estar do indivíduo, tais como reconhecimento, confiança, e (naturalmente) algumas concessões, ao invés de pressão, repressão, confinamento e afins.

Em algumas empresas, há a política de se oferecer algumas poucas concessões aos seus funcionários, como por exemplo, ginástica laboral (muitas vezes encarada como recreação), plano de carreira (perspectiva de crescimento), financiamento de cursos (educação), bonificações ao se alcançar determinadas metas de produção e qualidade (pseudo-reconhecimento), como idas à pizzaria, churrascaria e afins, por conta da empresa. Tais concessões, em tese, demonstram o interesse das empresas em investir na qualificação e bem estar dos seus funcionários, ainda que seja para interesse próprio. Tudo isso recai nas categoria das necessidades humanas que Manfred Max-Neef chamou de understanding (aprendizado) e recreation (recreação), o que, por um lado, traz motivação a quem de fato realiza o trabalho "pesado", e por outro, substitui parcialmente a uma outra categoria de necessidades humanas também referenciada por Max-Neef como participation (socialização), atendida de modo gratuito nos tempos de hoje com o advento da internet.

Outra característica é a de que o trabalho é entregue ao operário, em vez desse ir buscá-lo, fazendo assim a analogia à eliminação do movimento inútil [Wikipedia, 2009. Fordismo]

Você realmente acha que, nos dias de hoje, e principalmente no setor de serviços, isso é viável? Nas comunidades de software livre de hoje, é o desenvolvedor que busca atividades, numa lista de pendências. E são produtos open source que estão ganhando fatia de mercado nos dias de hoje, a exemplo do Firefox, do PostgreeSQL e afins.


Ao meu ver, todo colaborador motivado é pró-ativo, ou seja, se empenha em trazer melhorias aos processos atuais, e soluções aos problemas correntes, o que, de fato, é do interesse da empresa. E eu acredito que isso é muito mais importante que prazo e produtividade.



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07 janeiro 2010

Internet Bloqueada - E o Ócio Criativo?

No post anterior, eu meio que desabafei, é verdade. Mas eu espero não ter perdido o raciocínio lógico, já que faz algum tempo que eu não escrevo desse jeito. Nesse post, eu tentarei falar um pouco sobre o que todo o gerente conservador discorda: a existência do Ócio Criativo.


A própria expressão "Ócio Criativo" entitula o livro do sociólogo do trabalho italiano Domenico De Masi. A proposta do autor neste livro é defender uma teoria onde, no futuro, se sobressairá aquele que praticar o então chamado "ócio criativo", ou seja, quem souber libertar-se da idéia tradicional do trabalho como obrigação e for capaz de mesclar atividades, como o trabalho, o tempo livre e o estudo.

Como fiquei sabendo da sua existência ontem à noite, não tive a oportunidade de ler sobre ele. Mesmo sem lê-lo, eu o consideraria a "semente jogada no quintal" de quem tiver ao menos a curiosidade de ter uma opinião diferente, bem elaborada e argumentada, já que, por incrível que pareça, ainda temos o preconceito contra autores nacionais no que diz respeito a inovação.

Aqui, links para o livro-revista (lembrando que eu não hospedei nada, e sim procurei na internet):
MegaUpload
SendSpace
BitRoad
Easy-Share
4Shared

Abaixo, uma série de links extraídos da própria Wikipedia

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Internet Bloqueada - Razões e Desprazeres

Pela primeira vez, eu me deparo com uma situação um tanto desagradável numa empresa: o bloqueio total do acesso à internet. Algumas poucas pessoas já passaram por essa situação e sabem o quão desconfortante ela é. Bem, eu resolvi gastar o pouco tempo de descanso que eu tenho (pois essa semana eu tenho que fazer horas extras) para falar um pouco sobre isso.

Ainda existem alguns gestores e diretores que pensam com a cabeça dos gerentes da época da Revolução Industrial, mais ou menos naquele período em que chamam de Taylorismo, Fordismo, e por ai vai. Encaram uma empresa de informática como uma linha de produção, onde funcionário parado é dinheiro perdido. Talvez eu concordasse, se o produto em questão não fosse um software. Os processos envolvidos no desenvolvimento de um software não são os mesmos que os envolvidos numa montadora de automóveis, e não necessariamente atrasos e retrabalho estão ligados ao uso que os funcionários fazem da internet.

Todos nós sabemos que o acesso à internet é útil e indispensável para a obtenção de conhecimento, muitas vezes útil para a resolução de problemas dentro do próprio ambiente de trabalho. Seja um novo conceito em uma determinada área, ou uma maneira mais adequada de realizar determinada tarefa, qualquer coisa pode ser encontrada na internet, desde que se procure da maneira correta.

Entretanto, também não podemos ser ingênuos o bastante para desconsiderar que a internet pode sim interferir no desempenho de um programador ou analista, visto que, se mal utilizada, pode se configurar em distrações constantes. Um e-mail pessoal lido em má hora, interrupções constantes num mensageiro instantâneo, são diversos os fatores que podem interferir em situações onde a concentração é importante. Isto sem falar em situações onde os funcionários utilizam de forma equivocada a liberdade que lhes é dada, acessando domínios de conteúdo pornográfico, por exemplo.

Mas e então? Como proceder? Todos os profissionais da área de informática sabem o que significa proxy.

Em ciência da computação, proxy é um servidor que atende a requisições repassando os dados do cliente a frente. Um usuário (cliente) conecta-se a um servidor proxy, requisitando algum serviço, como um arquivo, conexão, website, ou outro recurso disponível em outro servidor. [Wikipedia, 2009. Proxy]

Um proxy pode ser utilizado para filtrar as requisições que são feitas, utilizando regras para acesso a conteúdo considerado não permitido por uma instituição. Um dos proxies mais famosos é o Squid, proxy open source disponível gratuitamente.

Mas ainda que seja possível burlar um proxy através do uso de túneis (encriptando as requisições à internet e enviando-as via protocolo TCP-IP - uma camada abaixo do protocolo HTTP - a um ponto externo à sua rede de origem), é bem possível que isso só seja feito quando tais restrições sejam um tanto mais severas que o senso comum: sites de jogos online, sites de relacionamento, portas de comunicação para mensageiros instantâneos, portas de comunicação para compartilhadores de arquivos como os torrents, etc.

Ainda não inventaram maneira infalível (ao menos não que eu conheça) para bloqueio do acesso à internet que não seja a inexistência de conexões físicas, como cabos de rede, acess point, bluetooth, conexões 3G e afins. E esta é tão infalível quanto inviável. Sempre haverá um meio para burlar alguma coisa. E quando tal conduta for descoberta, se constituirá numa violação às normas da empresa, e a punição mais provavel é a demissão, gerando um certo constrangimento dentro do ambiente de trabalho. E então, pode ser que a empresa acabe perdendo um profissional de ótima qualidade (seja por violação às regras de conduta dentro da empresa, ou simplesmente por pura insatisfação), detentor de conhecimento e experiência imprescindíveis para a boa qualidade dos seus serviços, por pura falta de visão e gerência de pessoas.



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