31 outubro 2006

Reflexões - Parte 4 - Amizades

Sei que sou uma pessoa de personalidade um tanto difícil. Às vezes eu tomo atitudes que surpreendem a todos, aparentemente sem motivo aparente. Eu sou assim, uma pessoa um tanto estranha, com uma linha de raciocínio diferente, um tanto reservado, que tem lá as suas manias e defeitos... Mas as poucas amizades que tenho, eu as cultivo como posso até o resto da vida (ou qualquer momento mais à frente)... Tenho me perguntado o porque de tão poucos amigos. Decididamente, eu não me dou bem com qualquer um. Para uma pessoa receber o título de amigo, de minha parte, demora, e muito. Não costumo ter amizades com homens, mas eu ainda preservo algumas. Por ser um tanto senvível, romântico e instável sentimentalmente falando, presumo que o machismo inerentemente atrelado aos homens da nossa sociedade me impeça de ser sincero. Prefiro as mulheres (como algumas delas também prefere os homens às suas semelhantes). Julgo-as mais sensíveis, e boas "espiãs". Brincadeiras à parte, quem me conhece (quem?) sabe que sou mais de ouvir do que de falar. Falo somente quando acho que devo, quando alguém me expõe suas opiniões. Em questão de sentimentos, não costumo dar conselhos. Acredito que conselhos são a forma mais rápida de se poluir a mente de uma pessoa com opiniões unilaterais ou desviadas do contexto. Conselhos são normalmente precedidos de um "eu, se fosse você", o que justifica a minha teoria. Costumo sim expor pontos de vista. No mínimo dois. Tento sim argumentar logicamente, pra tentar abrir a mente (viva ao Alan L. Tharp!) das pessoas que me pedem. Faço errado? Mas ainda assim, eu me pergunto: O que nós fazemos por amizade? Seríamos nós capazes de pedermos uma amizade de anos em prol da pessoa a quem confidenciamos segredos, tristesas e alegrias? Pois é. A peleja é longa, e vou tentar resumir o começo. Na verdade, tudo se resume a quatro letras: TDAH, Transtorno do Défcit de Atenção com Hiperatividade. E isso afeta a concentração (como o nome já diz), a produtividade, a priorização de atividades e o escambal.
...
Ontem foi um dia daqueles. Lá vamos nós (na verdade, eu) fazermos a tal prova dos pesadelos de todos nós, a maldita prova de Sistemas Operacionais. Como disse o meu segundo ídolo, Gilmar, "foram seis verdadeiras dissertações". Acabei minha prova, e senti falta de alguém. Olhei a sala toda, e nada. Saio eu lá de dentro (lá ele!) e pergunto a todo mundo que acho pela frente: "vocês viram Cicraninha?". A resposta era monossilábica: "não". Eram oito capítulos de um livro extenso a se estudar, e a pessoa a quem eu procurava teria que fazê-lo em mais ou menos 3 dias (o que a maioria levou uma ou duas semanas). Vou à minha casa, feliz por não ter tido aula de Redes (oh professorzinho...), chego em casa, ligo o PC e começo a estudar justamente essa matéria, da qual teria prova dali a 2 dias. Chega a meia noite, e ligo o meu PC, esperando encontrar uma bela mulher para um papo, digamos "interessante". Mas a pessoa que eu esperava não estava on-line, e sim a Cicraninha. Pergunto eu "como foi de prova", e recebo (lá ele) a mesma pergunta, como eco. Acabo descobrindo que não foi fazer a prova. Eu nunca saí do sério tão fácil como saí ontem. Não admitiria que ela fugisse às suas responsabilidades daquela maneira. Acabei chamando-lhe de covarde, e de tantas outras coisas que, talvez, precisasse chamar. Cicraninha me disse que havia passado mal, que foi pra casa do namorado, esperar para que melhorasse e pudesse ir pra casa (um pouco mais longe), ou, talvez, matar um pouco do tempo pra que não chegasse cedo demais em casa (a mãe suspeitaria). Mesmo assim, ouviu tudo calada. E eu ali, espumando de raiva. Ela me implorou pra que eu não contasse nada à mãe dela, e eu, como sempre, disse que não contaria nada que ela me pedisse pra não contar. Mas que eu vou fazer coisa ior, ah, vou sim. Pra mim chega. Não sei mais com ajudar. Talvez um dos piores tratamentos de choque resolva: indiferença. Nunca aji assim com um amigo, mas essa vai ser a primeira vez. E esta não vai ser mais uma idéia que passa na minha cabeça. Vai ser o meu último recurso. Se eu perder essa amizade, que seja em prol de algo maior... P.S.: Prometo que vou passar um bom tempo sem escrever reflexões como esta, estou quase me sentindo como o bom e velho Soriano de sempre... Veja também: TDAH - Transtorno do Défcit de Atenção com Hiperatividade

28 outubro 2006

Eita Globo...

Depois dessa... Eu paro mesmo de assistir tv... Talvez aluge mais filmes na locadora, ou baixe mais alguns filmes pornográficos (ou não) da net...

05 outubro 2006

Reflexões-Part 3-Perfeccionismo

Sou uma pessoa comum, como todas as outras. Quantos de vocês já ouviram isso? Pois é. Eu também. Mas eu não me lembro de quantas vezes eu disse isso, ou mesmo se o disse alguma vez. Acredito que todos tenham lá as suas peculiaridades, e, neste caso, o senso de "comum", "normal", e tantos outros não se aplicariam. Mas por que eu toquei nesse assunto? Mais uma vez, reflexões, por Leandro Soriano... Desde pequeno (e lá vamos nós de novo) eu tenho sido educado a dar (ops...) o melhor de mim (ufa!) em tudo o que eu fizesse. "Estudo é a única coisa que não pode ser tirada de você, e que se leva consigo depois que se for". Tomei isso pra mim como modo de vida. Tenho tentado ser esforçado, aplicado, na medida que a paciência (pouca, é verdade), a força de vontade, o ânimo (que ultimamente tem sido pouco) e os meus objetivos (fixos, até que eu os alcance) me incentivam. E isso dava tão certo que decidi, inconscientemente, expandir isso a outras áreas, como relacionamento interpessoal. Talvez eu me arrependa disso no futuro... As coisas nunca foram fáceis pra mim. Até certo ponto, isso é bom, porque nos faz valorizar todas as nossas conquistas, fruto do nosso trabalho árduo e esforço. Lembro-me até hoje do primeiro computador que ganhei, depois que todos já o tinham, e só porque o meu pai fora despedido (depois das férias, o FGTS é a melhor coisa que consta na CLT). E do segundo e atual, deopis de ter economizado cada centavo de sete meses de bolsa auxílio (R$250,00 naquela época) para dar como entrada (R$1300,00, foi o que consegui juntar). Já conversei, e muito, sobre a maneira das pessoas verem as coisas, das que já nasceram em "berço de ouro", como se costuma dizer, e das que, como eu, caminham de pés descalços. Extraí coisas boas de ambas as mentes, e isso só me fez reforçar a teoria de que eu devo sim tentar ser o melhor que posso, como profissional, como homem, como marido, como pai... Mas a pergunta que fica é: como sabemos que estamos seguindo a trilha certa? Deparei-me com uma situação um tanto desagradável nas últimas semanas. Até pouco tempo, participava de uma lista de discussão, de uma turma de universitários da qual eu fazia e ainda faço parte. Entramos juntos, no primeiro semestre de 2003. Duas ou três mulheres na turma, como em todo curso de Ciência da Computação, além de agnósticos, evangélicos, negros, brancos, pobres e "favorecidos", por assim dizer. Na minha ânsia de me livrar de vez da timidez que me acomete, brinquei e muito nessa lista. Já fiz muitas gozações, de mim mesmo e dos outros, me contendo quando pude. Até que me vi passando dos limites. "Sorinha, já está na hora de parar com isso". Quem me conhece (quem?) sabe que eu definitivamente detesto ser chamado à atenção. "Oxente, que besteira", diriam vocês. Eu vou explicar. Seres humanos cometem erros, e todos nós sabemos disso. Mas os ditos perfeccionistas não querem, e não podem errar. Deste modo, eu não o sou de todo. "Errar é humano, permanecer no erro é burrice". Também já ouvi isso muitas vezes. E como todo ditado popular tem um fundo de verdade, também o adotei como modo de vida. Eu tento, mas nem sempre consigo não errar. E sendo assim, quando o erro continua, a frustração se ostenta, quase com o olhar de execução sumária de quem diz "você não é capaz"... Ser chamado à atenção por uma característica intrínseca à sua personalidade, ainda que esta característica esteja inflada ou chargeada, não é nada agradável. É como se um defeito (que talvez nem o seja) se tornasse um vírus, e nos contaminasse a mente por completo. Eu, que vivo formulando teorias a respeito de tudo e de todos, fiz uma pergunta a mim mesmo, e discretamente (como sempre, ao extremo) a todos. Quando pedimos por socorro, alguém responde? Vi, da pior forma, que nem sempre. Quando digo socorro, falo pelo que já tinha ecsrito antes, os dos textos anteriores desta tal reflexão... E isso me fez desistir de muitas teorias, como aquela de tentar agradar ao maior número de pessoas que puder, já que a todos é impossível. Tomei, por cautela, a decisão de sair (temporariamente ou não) da lista de discução à qual me referi inicialmente, e iniciar essa série de reflexões. Talvez eu tenha me precipitado, mas eu prefiro tomar um tempo pra mim. Veja também: Conceito de Agnosticismo

03 outubro 2006

Reflexões - Parte 2 - Solidão

Alguém já se perguntou qual o real significado dessa palavra? É. Nem eu. A gente nunca sabe o significado correto dessa palavra. Cada um tem um para si, de acordo com seus próprios sentimentos. Muita gente confunde (ou atribui) à solidão timidez, comportamento anti-social, ermitismo ou carência. Eu, ultimamente, tenho me encaixado no último e no primeiro caso. Por quê? Acho que vocês já sabem... Bem, posso começar do início, mas não sei se teriam paciência para ler algumas (várias) páginas a respeito. O fato é que desde alguma época remota da minha vida, algo em torno dos meus onze ou doze anos, eu resolvi me fechar. Eu tinha colegas falsos de sala de aula, como todos nós tivemos e/ou temos, mas o fato é que além de não reconhecerem o meu esforço nos trabalhos em grupo, não agradeciam pelas colas que passavam, e mal falavam comigo quando o período de provas terminava, além das famosas brincadeiras de mau gosto com os ditos CDF's (cabeças de ferro, por assim dizer). Oitava série do Ensino Fundamental quase concluída, e eu tinha que resolver o que fazer da vida. Era ir para um colégio dito religioso (o Colégio Adventista), ou passar no exame de seleção para o CEFET-BA (CEntro Federal de Educação Tecnológica da BAhia). Fiquei com a segunda opção. Despreocupei-me com essa história de passar ou não cola nos dias de prova, porque eu sabia que o fato das pessoas que as pediam (ou a maioria delas) não me cumprimentarem nos corredores não mudaria. E aí começa a fase dita anti-social da minha vida... Apenas uma calça. Ao terceiro ano do Ensino Médio, ela já estava rasgada no joelho, na coxa, nos bolsos de trás e nos tornozelos. Apenas uma blusa. E no final do mesmo período, transparente de tão usada. Óculos, aparelho odontológico nos dentes. Manias estranhas como ver fotos de cadáveres, etc. "Whisky, o whiskysito", era como me chamavam. Considero essa como uma boa época da minha vida, uma época despreocupada, "zen". Eu pensava muito a respeito das coisas, mas, inconscientemente, eu fui me isolando. Tanto, que cheguei ao ponto de ser chamado à coordenação do colégio. Meus próprios colegas o haviam sugerido. Dei qualquer desculpa, e voltei contrariado à sala de aula. Senti-me invadido. Tudo porque eu pedia (constantemente, é verdade) silêncio na classe (já que eu sentava ao fundo, e todas as outras pessoas quase no colo dos professores, eu mal os conseguia ouvir). Fiz apenas dois ou três amigos pra vida toda, mas ainda assim conheci pessoas interessantes. Vestibular chegando, e eu mal sabia se iria passar na UFBA (onde estou hoje), ou se iria para um colégio militar (repetir o terceiro ano na ESPCEx, ir para a Academia das Agulhas Negras e depois de quatro a cinco anos, sair de lá como tenente com um salário de R$2000,00, ou algo próximo). O fato é que estou aqui. E, novamente, passei por mudanças. Deixei de ser uma pessoa tão fechada, mas acho que não deixei de ser tão ou mais esquisito do que antes. E, finalmente, acho que cabe a pergunta. Algum de vocês percebeu que eu sou tímido? Bem, alguns diriam "que nada!", outros "um pouco, talvez". "Maybe surrounded by a million people I stay feel all alone", como diz Michael Bublé em Home... Recebo poucos abraços durante um ano inteiro. Posso até contá-los nos dedos. Três, no dia 30 de julho de cada ano, e mais três, ao dia 1 de janeiro. Quantos eu dou? Deixe-me ver... Um ao dia 8 de janeiro, mais outro ao dia 9 de junho, e o último dia 20 de julho, sem contar o dia dos pais e das mães. É fácil demonstrar (eita mania...) que sou necessitado de carinho. Isso até mesmo das namoradas (poucas, talvez somente uma) que eu tive, já que eu somente às via final de semana (estudo era e ainda é prioridade). Das amigas, também muito poucas, quase todas enamoradas, o fato de assim estarem criam um receio inerente de que os ciumes de seus "quase conjuges" as prejudique, e eu não lhes tiro a razão. Não sei diferenciar carinho de amigo de carinho de amor, já que não tive tempo, nem oportunidade para isso. Já tive problemas com isso, e graves. "Não gosto de homem grudento", é o que se costuma ouvir por aí. Como eu sempre digo ser muito carinhoso, talvez o meu melhor seja o meu pior para algumas delas... As pessoas lidam com as coisas das mais diversas maneiras. De uns tempos pra cá, eu tinha adotado a face brincalhona da minha personalidade, para tentar ocultar (ou substituir) algo que me fazia falta. Ao escrever timidez, depois de ter lido os textos linkados ao final do mesmo, e ao me propor fazer reflexões a esse respeito, tenho reconhecido de que talvez não seja válido mudar. É, isso mesmo. Não mudar. A timidez me atrapalha, e muito, principalmente quando a minha ansiedade entra em cena (quase sempre). Há pessoas que gostam de mim desse jeito, e outras não. Mas e quanto a mim? Não sei se gosto, não sei se não gosto... Só o tempo pra me dizer a melhor solução. Tomara que a paciência (virtude que eu não tenho, e pagaria se estivesse à venda) me mostre o caminho mais adequado... P.S.: Mais uma frase extraída de leituras técnicas: Edsger W. Dijkstra "Make a conscious effort to learn as much as possible from your previous experiences" "Faça um esforço consciente para aprender tanto quanto possível das suas experiências anteriores"

02 outubro 2006

Reflexões - Parte 1 - Equívocos

É extremamente difícil ser eu mesmo... Eu sei que sou estranho, não precisam me dizer isso. A gente realmente se preocupa em não desagradar as pessoas, e nos privamos de nós mesmos, na maioria das vezes. Decididamente, chega. Não quero mais seguir regras de comportamento, sensos comuns e opiniões deslocadas. Ando tomando muitos sustos, e isso já tá virando psicose. Eu tô quase explodindo... Mesmo com a melhor das intenções, às vezes é desagradável quando somos mal interpretados. Agimos normalmente, e mal sabemos como as pessoas irão reagir, mesmo quando as conhecemos a algum tempo... O contrário também ocorre... Às vezes agimos um tanto diferente (nada ilegal, nada amoral), por razões e problemas diversos, e recaímos na mesma situação. Ficamos atônitos, querendo saber em que erramos, e quase sempre a situação, mesmo depois de esclarecida, é extremamente desagradável. De repente se instaura um medo ("paúra", como dizem os italianos), quase uma fobia de que isso volte a acontecer, e quase sempre volta... Isso não é mais novidade pra mim, visto que já descrevi duas vezes situações como estas por aqui (quem não estiver com preguiça, pode dar uma procurada)... Essa "paúra" normalmente começa (ao menos comigo) com um estado de mal estar intenso, olhar cabisbaixo e poucas palavras. Nunca passei disso. Mas nesses últimos dias, reconheço em mim sintomas diferentes... Quero (mais do que em outras vezes) ficar sozinho, conversar somente o necessário, esquivar-me das pessoas. Prefiro pensar, ou simplesmente não fazer coisa alguma (algo como ficar ouvindo música, navegando na Internet ou assistindo anime). E o pior é que a fome passa quando eu chego em casa... O meu quarto nunca foi tão grande... Isso pode ser extremamente prejudicial, já que tenho provas e trabalhos importantes daqui a algum tempo... Tenho feito amigos virtuais. E o mais engraçado é que até deles eu escuto coisas como "pare de se fazer de coitadinho"... Puta que pariu! Desculpa, não escrevo mais isso... Engraçado, mas já parei pra pensar se isso era mesmo verdade... Às vezes penso que sim, outras penso que não... E quase tudo ligado à falta de carinho (uma história bem mais longa que os meus vinte e um anos de idade). O que eu faço, então??? Já houve uma época em minha vida na qual eu fui um dito anti-social. Com certeza, foi a época mais divertida da minha vida... Eu era a pessoa mais fechada que se conhecia, adorava ver fotos de cadáveres no curso de informática (hoje a repulsa voltou - ainda bem), usava roupas rasgadas, ou finas (quase transparentes) de tão velhas, por pura opção. Adorava tocar Legião urbana (e ainda toco, de vez em quando). Falava muito pouco, e somente com as pessoas que me interessavam. Sentava no fundo da classe, não porque os baderneiros lá estavam (muito pelo contrário, estavam nos flancos), mas por vontade de ficar sozinho. Conheci pessoas interessantes, que aos poucos foram me fazendo ver que era preciso mudar de atitude. Não com argumentos do tipo "você deve" ou "eu, se fosse você, faria"... Mas pura e simplesmente através da convivência. Ah como eu tenho saudades daquela época... Opiniões eram respeitadas, ainda que diferentes, inusitadas, ou completamente fora de contexto. Ficava horas sozinho pensando nas coisas... Eu adorava sair andando do CEFET-BA (bairro do barbalho) até a Praça da Cruz Caída (perto da prefeitura), algo em torno de uns 5 quilômetros. Ver o por do sol lá, ou simplesmente ficar horas olhando para a Baía de Todos os Santos. Com certeza uma vista maravilhosa... Ficava ali, pensando na vida... Era agradável reparar nos mínimos detalhes das pessoas que ali passavam, turistas ou não. Casais felizes, andando de mãos dadas, enamorados; ambulantes apressados, cuidando da sua própria vida; artistas de rua, encantando a todos com suas habilidades. E no meio de todas aquelas pessoas, eu, mais um simples desconhecido. Alguns paravam pra me ouvir cantar (quase sempre levava o violão). Num dia desses, um ficou até cantarolando Love By Grace com a namorada... Eu, sozinho, isolado (tá certo, com um ou dois amigos de verdade), mas com personalidade própria, livre de influências (boas ou más, é verdade), e um tanto menos preocupado com coisas tais como amores. Tão carente quanto hoje, de certo, mas menos preocupado com isso. Nos últimos dias, sinto uma vontade enorme de voltar a ser assim. Mesmo reconhecendo que as mudanças que sofri daqueles dias para os atuais são agradáveis (ao menos a maioria delas)... Pelo menos naquela época eu não corria os riscos que corro hoje, não fazia a mínima questão de agradar. Eu era pura e simplesmente eu... Ainda que me olhassem atravessado, cochichassem pelas minhas costas, ou me isolassem (ou o contrário). Sei que isso é algo radical demais... Prometo que só vou usar isso em último caso (ou não). Que vão praquele lugar se me chamarem de coitadinho de novo, já estou farto disso... E eu que só queria um abraço...