05 outubro 2006

Reflexões-Part 3-Perfeccionismo

Sou uma pessoa comum, como todas as outras. Quantos de vocês já ouviram isso? Pois é. Eu também. Mas eu não me lembro de quantas vezes eu disse isso, ou mesmo se o disse alguma vez. Acredito que todos tenham lá as suas peculiaridades, e, neste caso, o senso de "comum", "normal", e tantos outros não se aplicariam. Mas por que eu toquei nesse assunto? Mais uma vez, reflexões, por Leandro Soriano... Desde pequeno (e lá vamos nós de novo) eu tenho sido educado a dar (ops...) o melhor de mim (ufa!) em tudo o que eu fizesse. "Estudo é a única coisa que não pode ser tirada de você, e que se leva consigo depois que se for". Tomei isso pra mim como modo de vida. Tenho tentado ser esforçado, aplicado, na medida que a paciência (pouca, é verdade), a força de vontade, o ânimo (que ultimamente tem sido pouco) e os meus objetivos (fixos, até que eu os alcance) me incentivam. E isso dava tão certo que decidi, inconscientemente, expandir isso a outras áreas, como relacionamento interpessoal. Talvez eu me arrependa disso no futuro... As coisas nunca foram fáceis pra mim. Até certo ponto, isso é bom, porque nos faz valorizar todas as nossas conquistas, fruto do nosso trabalho árduo e esforço. Lembro-me até hoje do primeiro computador que ganhei, depois que todos já o tinham, e só porque o meu pai fora despedido (depois das férias, o FGTS é a melhor coisa que consta na CLT). E do segundo e atual, deopis de ter economizado cada centavo de sete meses de bolsa auxílio (R$250,00 naquela época) para dar como entrada (R$1300,00, foi o que consegui juntar). Já conversei, e muito, sobre a maneira das pessoas verem as coisas, das que já nasceram em "berço de ouro", como se costuma dizer, e das que, como eu, caminham de pés descalços. Extraí coisas boas de ambas as mentes, e isso só me fez reforçar a teoria de que eu devo sim tentar ser o melhor que posso, como profissional, como homem, como marido, como pai... Mas a pergunta que fica é: como sabemos que estamos seguindo a trilha certa? Deparei-me com uma situação um tanto desagradável nas últimas semanas. Até pouco tempo, participava de uma lista de discussão, de uma turma de universitários da qual eu fazia e ainda faço parte. Entramos juntos, no primeiro semestre de 2003. Duas ou três mulheres na turma, como em todo curso de Ciência da Computação, além de agnósticos, evangélicos, negros, brancos, pobres e "favorecidos", por assim dizer. Na minha ânsia de me livrar de vez da timidez que me acomete, brinquei e muito nessa lista. Já fiz muitas gozações, de mim mesmo e dos outros, me contendo quando pude. Até que me vi passando dos limites. "Sorinha, já está na hora de parar com isso". Quem me conhece (quem?) sabe que eu definitivamente detesto ser chamado à atenção. "Oxente, que besteira", diriam vocês. Eu vou explicar. Seres humanos cometem erros, e todos nós sabemos disso. Mas os ditos perfeccionistas não querem, e não podem errar. Deste modo, eu não o sou de todo. "Errar é humano, permanecer no erro é burrice". Também já ouvi isso muitas vezes. E como todo ditado popular tem um fundo de verdade, também o adotei como modo de vida. Eu tento, mas nem sempre consigo não errar. E sendo assim, quando o erro continua, a frustração se ostenta, quase com o olhar de execução sumária de quem diz "você não é capaz"... Ser chamado à atenção por uma característica intrínseca à sua personalidade, ainda que esta característica esteja inflada ou chargeada, não é nada agradável. É como se um defeito (que talvez nem o seja) se tornasse um vírus, e nos contaminasse a mente por completo. Eu, que vivo formulando teorias a respeito de tudo e de todos, fiz uma pergunta a mim mesmo, e discretamente (como sempre, ao extremo) a todos. Quando pedimos por socorro, alguém responde? Vi, da pior forma, que nem sempre. Quando digo socorro, falo pelo que já tinha ecsrito antes, os dos textos anteriores desta tal reflexão... E isso me fez desistir de muitas teorias, como aquela de tentar agradar ao maior número de pessoas que puder, já que a todos é impossível. Tomei, por cautela, a decisão de sair (temporariamente ou não) da lista de discução à qual me referi inicialmente, e iniciar essa série de reflexões. Talvez eu tenha me precipitado, mas eu prefiro tomar um tempo pra mim. Veja também: Conceito de Agnosticismo
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