Ainda existem alguns gestores e diretores que pensam com a cabeça dos gerentes da época da Revolução Industrial, mais ou menos naquele período em que chamam de Taylorismo, Fordismo, e por ai vai. Encaram uma empresa de informática como uma linha de produção, onde funcionário parado é dinheiro perdido. Talvez eu concordasse, se o produto em questão não fosse um software. Os processos envolvidos no desenvolvimento de um software não são os mesmos que os envolvidos numa montadora de automóveis, e não necessariamente atrasos e retrabalho estão ligados ao uso que os funcionários fazem da internet.
Todos nós sabemos que o acesso à internet é útil e indispensável para a obtenção de conhecimento, muitas vezes útil para a resolução de problemas dentro do próprio ambiente de trabalho. Seja um novo conceito em uma determinada área, ou uma maneira mais adequada de realizar determinada tarefa, qualquer coisa pode ser encontrada na internet, desde que se procure da maneira correta.
Entretanto, também não podemos ser ingênuos o bastante para desconsiderar que a internet pode sim interferir no desempenho de um programador ou analista, visto que, se mal utilizada, pode se configurar em distrações constantes. Um e-mail pessoal lido em má hora, interrupções constantes num mensageiro instantâneo, são diversos os fatores que podem interferir em situações onde a concentração é importante. Isto sem falar em situações onde os funcionários utilizam de forma equivocada a liberdade que lhes é dada, acessando domínios de conteúdo pornográfico, por exemplo.
Mas e então? Como proceder? Todos os profissionais da área de informática sabem o que significa proxy.
Em ciência da computação, proxy é um servidor que atende a requisições repassando os dados do cliente a frente. Um usuário (cliente) conecta-se a um servidor proxy, requisitando algum serviço, como um arquivo, conexão, website, ou outro recurso disponível em outro servidor. [Wikipedia, 2009. Proxy]
Um proxy pode ser utilizado para filtrar as requisições que são feitas, utilizando regras para acesso a conteúdo considerado não permitido por uma instituição. Um dos proxies mais famosos é o Squid, proxy open source disponível gratuitamente.
Mas ainda que seja possível burlar um proxy através do uso de túneis (encriptando as requisições à internet e enviando-as via protocolo TCP-IP - uma camada abaixo do protocolo HTTP - a um ponto externo à sua rede de origem), é bem possível que isso só seja feito quando tais restrições sejam um tanto mais severas que o senso comum: sites de jogos online, sites de relacionamento, portas de comunicação para mensageiros instantâneos, portas de comunicação para compartilhadores de arquivos como os torrents, etc.
Ainda não inventaram maneira infalível (ao menos não que eu conheça) para bloqueio do acesso à internet que não seja a inexistência de conexões físicas, como cabos de rede, acess point, bluetooth, conexões 3G e afins. E esta é tão infalível quanto inviável. Sempre haverá um meio para burlar alguma coisa. E quando tal conduta for descoberta, se constituirá numa violação às normas da empresa, e a punição mais provavel é a demissão, gerando um certo constrangimento dentro do ambiente de trabalho. E então, pode ser que a empresa acabe perdendo um profissional de ótima qualidade (seja por violação às regras de conduta dentro da empresa, ou simplesmente por pura insatisfação), detentor de conhecimento e experiência imprescindíveis para a boa qualidade dos seus serviços, por pura falta de visão e gerência de pessoas.

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