02 julho 2007

Doubt?

Impressionante, mas às vezes conselhos funcionam... Recebi um e-mail segunda feira passada. Uma mulher, puro mistério e sedução, aparentemente disfarçados de apatia. Alguém a quem eu, do jeito errôneo de sempre, havia demonstrado o meu interesse, apreço. De certo, era preciso um toque a menos de sinceridade, de impulsividade. Toque esse que veio com algo que às vezes me parece mais uma arma: o silêncio... Meses atrás, essa mesma mulher havia me dito a frase que mais mexe comigo desde os meus quatorze anos de idade: "você é bonzinho demais pra ser namorado". Um breu frio é o que me vem à mente sempre que eu a ouço... Essa foi a senha de entrada no meu purgatório particular, onde eu tive que conter a minha ansiedade nata, tratar às amigas do mesmo jeito que a tratava, e ainda ser um tanto mais frio com ela. Exatos um mês em meio a correntes, até que a minha voz ecoa ao som de um violão, em meio a uma sala cheia de homens e mulheres, atentos ao trabalho do semestre. Um olhar mais doce, gestos mais suaves... E enfim a lembrança dos lábios que há muito eu não beijava. Algumas horas de companhia e afagos, sob o olhar do mar e da lua, numa noite de quinta feira. Ainda assim, eu continuava no purgatório. Por mais uma semana reneguei à tentação, agora sem tanto sofrimento, pelo fato de não a ter tão próximo. Enfim, o e-mail. Um convite. Algo aparentemente simples, apenas o desfrutar de sua companhia num fim de noite. Seria essa a chave para as correntes? Santo esquecimento o meu... Um ambiente rústico, quase um quintal com piso em basalto, bem arejado e arborizado. Aquele cinema troca a grade de seções todas as sextas feiras, e além disso, a seção desejada era orginalmente uma hora mais tarde... Tenho que agradecer a Oscar Niemeyer, por me ofuscar as luzes. Sala parcialmente cheia, e um documentário que não era exatamente o foco da nossa atenção. Beijos suaves, que foram se incendiando conforme o interesse pelas palavras do velho diminuia. Apenas beijos, é verdade, mas que me garantiram a permissão de colocar dúvida no coração e na mente de uma mulher. Dúvida? Sim... Apenas dúvida. Essa dúvida me daria o maior presente da minha vida até então, apenas dois dias depois...
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