Eu sinto um misto de mim mesmo
Que nem mesmo eu consigo compreender.
Um pedaço de carne enchertado com sentimentos
Não retribuidos ou simplesmente ignorados,
À mercê do que chamam de destino...
Lágrimas escorrem pela face,
Sem motivo e sem destino,
Levando consigo o pouco de certeza
Que havia acerca do que não sou...
Eu sou um misto ambulante de solidão e amor,
Um amor simplesmente por amar,
Que se entrega sem medir consequências,
Que se doa, mesmo que por egoismo,
Esperando somente um pouco de carinho...
Carinho esse, mesmo que por esmola.
Carinho esse, mesmo que por pena.
Que seja, ao menos, sincero,
Que me disperse o pensamento
Mesmo que apenas por um instante...
Em que mundo eu me encontro,
Se não sei nem quem sou,
Se não sei mesmo o que eu sou,
Ou mesmo o que sinto...?
E se nem mesmo eu sei quem sou
Quem poderia me dizer,
Se me escondo inconscientemente
De mim mesmo e do resto do mundo?