13 setembro 2006

Polvo gigante feito de açúcar

Do Orkut, em alguma comunidade e tópico cujo nome agora eu não me lembro, achei a frase: "carência e depressão são o mal do século". Reconheço em mim muito de carência, mas não vejo depressão. Vejo sim, uma crise intermitente de baixa auto-estima. Não é fácil ficar quase 3 anos sem um caso mais sério, principalmente para um romântico assumido. Tem gente que diz que eu exagero... Reconheço que às vezes eu pego um pouco pesado. Na minha ânsia de atenção e carinho eu pareço cobrar demais, de mim mesmo e das pessoas que se envolvem. Sei que isso é prejudicial, visto que faz minhas expectativas irem além do bom senso. E isso não acontece somente no campo sentimental, tenho problemas parecidos no que se refere ao pessoal e ao profissional. Sou um tanto perfeccionista (bem, na verdade muito perfectionista), e há horas em que isso deixa de ser uma qualidade para virar um defeito. Sou carente sim, não nego. Sou carinhoso sim, não nego. E quando a carência ultrapassa os limites, me vejo feito um pote de açúcar numa casa cheia de diabéticos. Ou quem sabe um polvo gigante untado de óleo em meio ao universo feminino (nada me escapa, porém nada fica um segundo seguro em minhas mãos). Mais pareco um polvo gigante feito de açúcar... É difícil olhar para casais amigos meus se beijando inoscentemente, com carinho, com romance, e me sentir incomodado com eles. É difícil se ver desejando mulheres comprometidas, ou aquelas que homens normalmente só desejariam em estado alterado de consciência... Muita gente diz que eu tenho que mudar, mas ninguém percebe que mudanças, por menores que sejam, requerem tempo. Não é fácil mudar de personalidade, ou o jeito de se ver as coisas, de uma hora para outra... Fui muito pior do que sou hoje. Completamente isolado, indo de encontro a tudo o que as pessoas consideravam normal quando adolescente, desde andar com roupas rasgadas e transparentes de tão velhas a gostar de ver fotos de cadáveres. Nunca fumei, nem cigarro, nem nada mais pesado. Nunca fiz tatuagens, nem tenho piercings espalhados pelo corpo. Apenas pensava diferente da maioria das pessoas. Ainda sou assim, mas essa história é longa demais... O fao é que melhorei muito desde então, mas precisei de sete anos para isso. Vêem agora do que falo? Mudanças são um processo contínuo, não ocorrem de uma hora para outra... Uma amiga minha diz que eu tenho "o peso do mundo inteiro nas costas". Acho que ela tem razão... Hoje, eu acho que tenho metade do peso do mundo nas costas. Mas quem tiraria esse peso enorme de mim? Nada se cria, nada se destrói. Tudo se transforma... Eu queria ser o que todos querem de mim, e ser o que eu quero de mim mesmo, mas acho que tudo isso é incompatível demais...
Comentários
3 Comentários

3 comments:

Anônimo disse...

Seja o q vc espera de vc msm. Mas seja mais flexível pro seu próprio bem.

Vc muitas vezes age de forma incoerente com o q deseja e/ou com o q os outros podem lhe oferecer.

Ou eu sou uma "Metamorfose Ambulante", ou uma "Grande Esponja", q absorve e filtra td ao redor, e aproveita uma parte significativa.

Unknown disse...

Se eu ajo incoerentemente com o que eu quero, é tentando agradar as pessoas que me cercam. Se eu ajo incoerentemente com que os outros podem me oferecer, é tentando obter o que eu quero. Se ser flexível é me anular, não vou ser mesmo. Já abdiquei de mim mesmo muitas vezes. Eu já baixei e muito o meu conceito de mulher ideal, baixar mais que isso seria colocar o meu ego lá em baixo...

Anônimo disse...

Mulher Ideal (igualmente Homem Ideal) é um conceito q só serve pra gerar frustração.

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