30 dezembro 2006

Fazendo a minha "lápide"...

Mais uma discussão, mais dor, sofrimento. Mais um mal entendido, advindo da sinceridade, da lealdade. Pior? Sim, a incapacidade de se abrir os lábios e, encadeadamente, pronunciar audivelmente um pedido de desculpas. Isso realmente dói, fere de morte... Depois de um nanOrkontro (sim, um orkontro - encontro de orkut - com poucas pessoas, por isso o "nano"), depois de muitas coisas faladas intencionalmente ou não, mais um dia comum, como outro qualquer. Mas a minha incapacidade de conter a sinceridade mais uma vez me condena. É, realmente ela estava certa. A sinceridade não tem nada a ver com emitir opiniões quando se achar (equivocadamente ou não) necessário. Sinceridade tem a ver com emitir opinião sim, somente quando lhe for necessário. Mesmo que isso implique em deixar de alertar possíveis perigos, saias justas, e outras situações desagradáveis... As pessoas são notoriamente egoístas, elas realmente sentem a necessidade de se sentirem importantes, de fazer as outras pessoas se interessarem por suas características comportamentais, seus bens, sua vida profissional, suas idéias. Muito poucas pessoas estão dispostas a aceitarem os diferentes pontos de vista que as demais pessoas têm das coisas ao seu redor, e mais do que isso, a refletir sobre o porque de cada um deles. Um defeito? Eu não sou a melhor pessoa para dizer isso. Talvez isso seja apenas instinto. Autoritarismo, egoísmo, e talvez frieza são características tidas como defeitos na maioria das ocasiões. Possivelmente em alguns casos, podem ser tomadas como qualidades, mas não é disso que eu quero tratar por agora. Autoritarismo implica em se fazer impor uma vontade por meio de poder, seja lá de ordem esse poder advier. Egoísmo, por si só, se funde com inflexibilidade, pois, na minha visão, o egoísta além de só pensar nele mesmo, tem os olhos fechados a novas idéias, possibilidades. A frieza, por sua vez, está endosada na ausência de preocupação com os efeitos das suas próprias atitudes, nas pessoas mais próximas, diretamente atingidas. E como pessoas com tais características seriam capazes de enunciar um pedido de desculpas? É, eu sei, eu realmente preciso aprender a sobreviver sem um pedido de desculpas. Mas talvez já seja tarde, tão tarde quanto o ponto sem volta, antes do gozo de um homem. Eu preciso abrir ainda mais a minha mente, mas talvez já seja tão tarde quanto um corte na jugular. Eu não possuo diamantes suficientes pra construir um domo gigante, que abraçe o globo, nem possuo pernas tão grandes. Mas enquanto o meu coração não se convence disso... Talvez mais, eu preciso aprender a não esperar demais das pessoas, a não criar espectativas. Não esperar que as pessoas me entendam, mas, ainda assim, fazer o possível para que elas não se decepcionem comigo. Tarefa difícil, mas terei tempo de fazê-la, seja lá pra onde eu vá agora... Eu tô fazendo a minha "lápide". E acabo de comprar um caixão luxuoso, com tela de plasma 17'', um frigobar, livros e um notebook. Talvez eu passe um longo período enterrado, por isso tem que ter ar condicionado no caixão. Se alguém me achar, antes dos vermes me devorarem, deixo manuscritos em papel de 90 gramas embaixo do travesseiro, duas fotos 3 x 4, algumas cifras e desejos... "Àqueles a quem amei, um conforto: sejam felizes, e eu também o serei. Àqueles a quem um dia odiei, um recado: sejam felizes, e eu também o serei. Àqueles a quem feri, um pedido: perdão, eu errei tentando acertar... E àqueles que me feriram algum dia, um desejo: emoção, benevolência, humildade..."
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