02 dezembro 2006

Sinto a sua falta, maninha...

E eu, que sou tão lerdo pra essas coisas, vi-me induzido a, mais uma vez, pensar. Sentei aqui neste computador com o propósito de escrever sobre outras coisas, coisas amenas, coisas fúteis, cheias de riso, mas não paro de pensar em outra coisa... Levamos a nossa vidinha do jeito que achamos mais conveniente, e volta e meia paramos pra pensar: "que merda é que tá acontecendo aqui?". Pois bem, chegou a minha vez, de novo... Eu, que sempre tento ajudar da melhor maneira que posso, sinto-me impotente, de novo. Depois de ter quase arruinado a auto-estima e a auto-confiança de uma pessoa extremamente importante para mim, parei pra refletir sobre o que anda acontecendo entre a gente. O que falta, o que temos, o que fizemos questão de jogar fora e de adquirir. Estranho, por me sentir estranho, nostálgico, pesaroso. Era tudo tão mais leve, tão mais ingênuo, ou, ao menos, descontraído... Pensei até se era mais uma vertente da minha carência de atenção, de afeto e tudo mais, mas não me deu vontade de ficar sozinho no quarto, tocando violão e cantando, como sempre faço. Tem algo diferente... Realmente, "a vida moderna afasta as pessoas". Vejo a minha melhor amiga (hoje) com um "q" de frieza, um tanto áspera, um tanto decepcionada consigo mesma e com as coisas ao seu redor. E eu me decepciono por não poder ajudar. Conheço as causas, os motivos, e ainda assim, não posso ajudar. Não da maneira que eu gostaria, rápida e indolor. As pessoas realmente mudam com o passar do tempo, com as experiências por que passam em suas vidas, com os problemas que enfrentam e tudo mais. Mesmo eu, bacharelando em Ciência da Computação, que deveria estar acostumado com a existência de meios de relacionamento interpessoal virtual, tais como o Orkut e tantos outros, com mensageiros instantâneos, torpedos SMS e etc., ainda me sinto incomodado. Palavras num mensageiro instantâneo ganharam o mesmo peso e carga emocional que uma carta escrita de próprio punho num papel amassado, ou ainda uma conversa cara a cara, esta que, de fato, nunca tivemos sobre os assuntos que costumávamos discutir. Palavras apressadas, abreviadas com um português direto e explícito, falando sobre problemas, problemas e mais problemas. Raros são as expressões como "tá tudo bem?", ou "como andam as coisas contigo?". Onde ficou a intimidade? Talvez em algum comando ou atalho de teclado... Saber das causas desses problemas não os tornam menos impossíveis de se resolver, nem menos duradouros. Palavras pensadas com cuidado para não ferirem nenhuma das partes não possuem mais o mesmo efeito, isso quando conseguem sair da boca ou da ponta dos dedos. As expressões, quando não passam de um apanhado de pixels coloridos e cintilantes numa tela de computador, são amenamente hipócritas, de ambas as partes, como a esconder os pesares e as lamúrias de outrora... O abraço que nunca existiu, os olhares que quase sempre se evitam, a companhia débil, tudo isso me trás de volta à mente a velha pergunta: "que merda tá acontecendo aqui?". E a única coisa que vem em seguida é: "sinto a sua falta, maninha..."
Comentários
2 Comentários

2 comments:

Unknown disse...

E depois de algumas horas a fio de lágrimas e soluços, uma noite de sono é tudo o que eu mais desejo agora...

Boa noite, Soriano...

Unknown disse...

Acordei hoje às 9:30. Tinha uma festa à qual eu precisava ir. Tomei banho, e depois um ônibus. Um engarrafamento de 3 horas. Chegando ao Three Blue Towers, Rio Vermelho, uma banda de pagode famosa de Salvador (a Batifun) tocando. Dancei muito, bebi muito, e ainda sob o efeito do àlcool andei 25 km só pra tomar R$5,80 de sorvete (poderia ir de ônibus).

Peguei ônibus lotado na volta pra casa... Tô aqui com cara de ressaca... E os problemas ainda não foram embora...

Soriano, o que tá havendo contigo?

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