18 agosto 2006

Entregue-se, por favor...

Todos concordam que é impossível acreditar no que as pessoas nos dizem se não as conhecemos de todo. A vizinhança toda comenta muito mal, e ficamos com dúvida no quanto de sinceridade existe nos olhos daquela(le) que está conosco. Surgem dúvidas, desconfianças, muitas vezes infundadas, o que acaba desestruturando uma relação. Acaba que muitas das vezes nós não aguentamos essa pressão e desistimos de por tudo em pratos limpos, ou ao contrário, pomos tudo em pratos limpos e acabamos por ofender mortalmente uma pessoa inocente. Vivo essa situação hoje. Não que eu seja uma pessoa facilmente influenciável. O fato é que essas conversas estranhas pairam ao meu redor há quase (ou mais de) um ano, sem eu saber. Esses boatos caíram como uma bomba em cima da minha cabeça. Eu sabia, por alto, de alguns deles, mas pensava serem apenas conversas de mulheres fofoqueiras, que ficam o dia todo em casa sem ter o que fazer, e tiram uma horinha pra falar mal dos outros. E agora que eu me envolvi com essa pessoa, tenho dúvidas sobre como me portar, o que dizer... Sei que ela anda passando por problemas de cunho pessoal, pois ela me pediu pra que eu tivesse um pouco de paciência. Isso condiz com algumas das coisas que falam sobre ela. "Paciência é uma virtude, virtude essa que eu não tenho e pagaria por ela, se pudesse", é o que eu sempre digo. Tive que aprender... Fiz papel de psicólogo da última vez que a vi. Doutor Soriano... Sempre dei atenção a todas as mulheres que vieram a mim contar seus problemas, minhas amigas gostam de mim por isso. Sou sensível sim, qual o problema? É difícil encontrar homens (heterossexuais) assim hoje em dia. Chorou, perdeu-se olhando para o nada, cochilou. E eu ali, com a cabeça dela no meu colo, passando a mão suavemente sobre a sua cabeça, rosto, querendo que ela se acalmasse, relaxasse, já que não poderia ser capaz de fazer mais nada naquela situação. E volta e meia eu me perguntava: será tudo isso fingimento? Via seu rosto triste, as lágrimas rolando pelo seu rosto, a respiração ofegante, e olhos perdidos no nada. Tive vontade de dizer: "Calma, eu tô aqui...". Disse, de coração aberto. Mas depois me bateu uma sensação estranha, não saberia expicar mesmo se conhecesse todas as palavras da nossa língua. Saímos de lá, e ela me confessou estar se sentindo mais leve depois da seção de psicanálise. Eu estava feliz por ela, afinal, isso é o que eu sei fazer de melhor. Mas saí de lá um caco. Gosto de carinho, e não havia ganho nenhum. Malmente um beijo de língua... No dia seguinte, ela me confessou ter dormido melhor, como não o fazia havia muito tempo. Acordou de bom humor, mesmo tendo ouvido toda a espécie de desaforos quando chegou em casa e quando acordou. Agradeceu-me por isso. E eu ali, com uma nuvem nebulosa de dúvidas acima da minha cabeça... Já passei algumas semanas tentando tirar essas idéias obscuras sobre o passado e o presente da vida dela da minha cabeça, e consegui faz pouco tempo. Acontece que isso é que nem separação, de vez em quando a gente sofre algumas recaídas. Ora aproveito apenas a companhia dela, ora eu fico pensando no que eu estou me metendo. Sou jovem, sei, mas muita gente diz que eu sou mais centrado que muito homem de 30 anos que se tem por aí. Eu não sei de nada disso, só sei que eu sou eu, e nada mais. Não quero ficar só, mas não quero ficar com metade de uma mulher. Juro que eu vou tentar desencanar de vez, mas não sei até quando (ou se) eu vou aguentar isso. Vou precisar de ajuda. Só espero não sair machucado disso tudo...
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