28 fevereiro 2009

À tua liberdade

E ainda que digam o contrário, amei-te. De tal intensidade e verdade, que o medo do fim assombrou-me a cada dia da nossa história. Ainda que me dissessem "viva cada dia como se fosse o último", ainda que me dissessem que o fim era certo, essa possibilidade me causava pânico.... Amei-te, e o medo de não te ser suficiente me fez tentar desesperadamente crescer... Amei-te, e é incomensurável a dor de ver-te ir, sem olhar para trás, e com a certeza de que não voltarás, com o mesmo sorriso de antes... E ainda doerá, por um bom tempo, e em todas as vezes em que eu fechar os olhos, na ilusão de ter-te novamente...

E doerá a lembrança do primeiro vinho, das primeiras caipiroskas de morango e kiwi, de te ver brigando com o hashi e com os sushis... Doerá a lembrança do "moço, moço, eu ganhei um namorado hoje!" Doerá a lembrança do primeiro buquê de rosas, das primeiras fotos, do primeiro por do sol... Doerá a lembrança dos primeiros raios da manhã compartilhados entre nós, do teu cheiro, do teu gosto, do teu toque, to teu suor... Doerá a lembrança da tua expressão de saciedade, do teu corpo inerte, do teu sono dos justos... Sangrará ainda mais a lembrança do primeiro "eu te amo"...

Hoje, eu passo os poucos momentos a sós pensando em como isso pode acontecer. O que, talvez, fosse pra durar para um sempre meio duvidoso, aquele em que a gente vai vivendo até que um dos dois decide ir, por achar algo mais completo... Acabou virando o mesmo sempre meio duvidoso, mas aquele em que a gente encerra por um motivo que talvez não precisasse ser tão motivo assim. Fico me perguntando o que faltou, o que sobrou... E quando recaio sobre o que talvez pudesse ser mudado, a única conclusão a que chego é: nada, se o que eu senti foi puro, se as minhas palavras foram todas doces, e os meus gestos foram os mais amenos possíveis. E eu acho que você talvez diga a mesma coisa... Queria que não acabasse. Talvez eu movesse mundos pra que não acabasse, e não seria sacrifício algum... Mas eu acredito que ainda assim não adiantaria.

E se não era pra ser, que ao menos eu possa te desejar sorte. Que no teu caminho, uma luz maior que a nossa te guie, e que te seja abundante a felicidade. Se eu pudesse, talvez eu pedisse a Deus que os nossos caminhos se cruzassem mais uma vez, do mesmo jeito, com a mesma intensidade... Mas eu acho que isso já não cabe mais a mim...

Que a tua nova felicidade possa ser completa, eterna e fulminante.


Por onde quer que eu vá, vou te levar pra sempre...
A vida continua...
Os caminhos não são tão simples,
Temos que seguir...
[1 minuto - Negra Li & D'Black]


E a única coisa que me conforta,
é saber que um dia
Eu fiz parte do mundo de Sofia
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